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A indissociabilidade entre o Carnaval e o Candomblé. Deus e o Diabo na terra do Sol.

Quando a igreja católica brasileira resolveu forçar os negros africanos a professarem a fé cristã surgiu o sincretismo religioso. Os negros cultuavam religiões africanas que a igreja taxou de “demoníacas”. Como os negros nunca foram burros como seus colonizadores pensavam, trataram de identificar entre os “santos” católicos as entidades de suas crenças pagãs. São Jorge virou Ogum, Oxossi passou a ser São Sebastião e Nossa Senhora Aparecida, que simboliza a mãe de
Jesus, passou a representar Oxum. Os negros frequentavam os ambientes cristãos e devotavam suas entidades olhando para as “figuras” católicas. 

O carnaval- de escolas de samba- nasceu nos morros cariocas, um reduto de descentes de escravos e das religiões africanas. Foi um prato cheio para que o sincretismo desse um salto para o popular. A população brasileira, predominantemente cristã, sempre teve dificuldade em aceitar as religiões africanas. 



Com o carnaval, os leigos aproximavam-se das religiões pagãs, sem sequer dar-se conta disto. Muitas das alegorias carnavalescas fazem menção a entidades de religiões africanas e baterias de diversas escolas “escondem” em sua batida toques para seus orixás.


“Dizem os antigos que os surdos de terceira (marcação) eram tocados apenas por ogans. São Sebastião ou Oxossi é padrinho da escola e da nossa bateria. Antes, o toque para ele era percebido porque desfilavam 50, 70 ritmistas tocando 142, 143 bpm (batidas por minuto). Hoje em dia são 300 tocando a 146, 147 bpm”  explica mestre Nilo Sérgio, da Portela ao jornal carioca “Extra”.


Mesmo sem ser seguidor de religiões de matriz africana, mestre Ciça não interferiu na tradição dos ritmistas da Grande Rio, sua escola há dois carnavais.  "Não tenho muito isso comigo, não. Meu estilo é muita caixa. Mas tem um grupo que toca para Ogum, sim, no surdo da Grande Rio"  confirma o mestre de bateria.


Tudo seria muito bom e bonito se existisse aí o respeito pela religião do outro, mas infelizmente o que ocorre é uma troca de engodos. Os candomblecistas “vendem” sua religião valendo-se de eufemismos culturais e os cristãos fecham os olhos por alguns dias para o que abominam, aproveitam-se da sensualidade e da libidinosidade que são típicos ao carnaval para já na quarta-feira de cinzas expurgarem seus pecados e voltarem ao estado conservador que prega a distancia cristã que se deve manter do culto ao “Canhoto”, que é como enxergam as religiões africanas.

Um comentário

Anônimo disse...

O senhor conhece os que são seus.