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Admirável mundo novo: Turistas estrangeiros sofrem racismo em SP.

Brasileiros sempre foram vistos com ressalva nos países desenvolvidos. A imagem sempre foi de quem vai atrás de emprego sem ter qualificação ou pior: De quem vai cometer crimes.

Sempre que um caso pipocava na imprensa a grita geral era a de que o Brasil recebe muito bem seus turistas. Num caso emblemático, houve uma rusga diplomática entre Brasil e Espanha por conta do tratamento "diferenciado" que os brasileiros recebiam no aeroporto de Madrid.

Ocorre que o brasileiro é preconceituoso, mas cultiva uma especie de preconceito seletivo e mascarado.

Isto ficou evidente numa lambança cometida pelo restaurante Nono Paolo, na parte nobre da zona sul paulistana. Xenófobo o brasileiro não é, fosse assim, olharia com maus olhos para uma casa que ostenta nome italiano, o contra-senso ocorre na atitude do restaurante "estrangeiro" para com os negrinhos da "rua da feira".

Um casal de espanhois que passam férias no país adotou um negrinho etíope (hoje com seis anos de idade). Vale uma pausa aqui para frisar que os negrinhos brasileiros nunca são adotados pelos ricos e brancos compatriotas. O trio passou o dia no parque Ibirapuera e depois do passeio foi até o restaurante. A principio a criança foi identificada por um atendente como companhia do casal e foi tratada como cliente, tempos depois o casal deu por falta do filho e numa busca desesperada encontrou o negrinho desesperado a um quarteirão do restaurante.

Na versão do menino o proprietario da casa lhe pegou pelo braço e lançou fora de seu restaurante. Na versão do Nono Paolo, por meio de seu advogado, o proprietario "confundiu" o etíope/espanhol com um dos moleques da rua da feira, abordou o guri que nada respondeu por não falar português e por esta razão, gentilmente lhe solicitou que deixasse o ambiente.

Vale aqui outra reflexão: O negrinho era, até dois anos atrás, um desgraçado morto a fome, que viva em condições piores que os negrinhos da "rua da feira". Os racistas e preconceituosos espanhois lhe resgataram e lhe ofereceram dignidade. Em visita ao país da missigenação o cordial e amabilíssimo povo brasileiro lhe colocou em seu devido lugar. No Brasil, para negros da "rua da feira", a porta de saída é a serventia da casa.

A família procurou a policia e pretende levar o caso até a última instancia possível. Ao povo brasileiro fica o alerta sobre o tipo de país que estamos construindo com nossa estabilidade financeira; ao restaurante fica a lição sobre a cor da pele não mais servir de medida para o "peso da carteira" e ao mundo a desmitificação sobre o povo que recebe bem desde os tempos do descobrimento.

Um comentário

elvis1 disse...

Esse é o pais que na sua constituição deveria prevenir e punir essas atrocidades contra a dignidade humana, pois se o não o fizer-mos, amanhã não serão so os negros a serem discriminados, mas os
inválidos, mulheres, e os que não possuem olhos azuis e nem cabelo loiro.