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Os jovens, o sexo e a cidade.

Todo mundo que foi jovem "um dia" costuma ser uma pessoa conservadora, amiga da moral e dos bons costumes mas, todo mundo que é jovem agora é revolucionário exatamente como eram aqueles conservadores quando na juventude. Jovens ousam, arriscam e experimentam! 

Depois, na maioria das vezes, ficam caretas e fazem tudo direitinho, como manda a sociedade estabelecida e ain
da acham isto "o must". Este é o ciclo natural das coisas e ninguém consegue alterar isto; o problema é o que fazer com os jovens, mais precisamente com o comportamento deles, quando já não somos tão jovens assim.

Pais costumam ficar de cabelos em pé quando pensam ou tem que lidar com a amplitude de possibilidades das descobertas dos filhos e sobretudo das filhas: Drogas, crimes, amor e o sexo. Ah! o sexo...

Drogas e crimes são um estorvo e é possível prevenir a ocorrência na base da conversa, uma pitada de sorte e com uma educação minimamente estruturada. O diabo é o tal do amor, esta química maluca e aleatória que cega as pessoas e o danado do sexo. Uma música antiga define muito bem o sexo como sendo "a sensação suprema dos mortais, o gozo são e soberano dos animais". nenhum ser humano "padrão" consegue escapar das armadilhas do sexo, sobretudo quando confundido pela tal química do amor.

Como bons conservadores de classe média e média idade tendemos a reprovar o sexo descompromissado, por assim dizer, dos jovens; quanto mais se o jovem em questão for aquela princesa criada com tanto carinho.

Mas, todavia, entretanto, porém...
Existem uns tais de hormônios, dizem que comandados por um tal gene egoísta, que em data determinada pelo relógio biológico  (coincidentemente entre a adolescência e o inicio da idade adulta) disparam insistentes alarmes brilhantes, barulhentos e imperativos mandando nossos  jovens (que ainda ontem eram nossos bebes) procurarem urgentemente uma cama ou um canto adequado ou qualquer para darem-se ao milagre da reprodução, que nos mamíferos, se da pelo método sexuado para desespero dos que já passaram pelo processo e agora lidam -conservadoramente, diga-se, com suas tão amadas crias. Tirando as emoções e a cultura humana é pura biologia.

Ocorre que para puritanos ou mesmo os que se permitem "liberalidades" entre quatro paredes, isto é um problema. Certeza!

A tradição religiosa, principalmente a tradição judaico-cristã, manda resolver o problema com o casamento. Será esta uma solução para a "desonra" de quem? Da moça "afrontada" ou da família "humilhada"? 

O sexo é um ótimo termômetro para o casamento já que casais que se entendem na cama costumam resolver todos os outros problemas com muito mais facilidade mas daí a forçar o casamento dos que tiveram a displicência de se permitirem e permitirem o milagre da reprodução ou se deixarem flagrar, vai uma distância.

Quando casam muito jovens as pessoas perdem justamente o status revolucionário de "experimentador-mor"; quando se casam sob pressão as pessoas perdem algo muito mais valoroso: O livre arbítrio. Está armada uma bomba-relógio que vai explodir mais cedo ou mais tarde e não raramente no colo dos próprios pais conservadores  que a armaram.

Não são incomuns os casos de conservadores que mandaram para o altar uma menina "desonrada" e tempos depois receberam de volta uma mulher com dois ou três filhos para criar, sem formação e cheia de amargura ou ainda das pessoas que descobrem bem mais tarde que o amor existe e está batendo a sua porta numa hora já não muito apropriada. Sexo com amor é ótimo mas um nada tem a ver com o outro. Sexo vai bem com amor, com paixão e até com casualidade. Amor só vai bem com a pessoa amada.

Para "matar a xarada" precisamos nos fazer duas perguntas:

Se nós criamos nossa prole com todo o carinho, amor e custos visando lhe preparar para a vida, assim como a maioria de todos os outros animais, por que diferimos deles na questão sexual?

O que queremos para o futuro dos descendentes?

A resposta da primeira questão nos leva a pensar na "arquitetura" do ser o humano e a resposta da segunda questão é primordial: Se o que queremos é o melhor pra eles, então precisamos arranjar um jeito mais racional de lidar com suas próprias escolhas.

Música:
Amor e Sexo - Arnaldo Jabor e Rita Lee.

2 comentários

Teka disse...

Ebaaaa! O cidadao voltou! Estava com saudade da sua escrita gostosa e inteligente!!!!!
Escreva mais!!!

Beijo

Anônimo disse...

Só vc mesmo. ...!!vale a pena a reflexão.