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A fantástica história de Eduardo Quental – o pescador que venceu o azar.

Eduardo é um empresário carioca. Seu hobby predileto é pesca submarina. Um belo dia (literalmente) ele acordou imaginando que estava com sorte e foi pescar nas ilhas Cagarras, litoral fluminense. Já havia pescado uma garoupa de 25 kg quando a sorte mudou. Ao voltar de um mergulho não percebeu que o barco havia se movimentado e bateu com a cabeça no casco. 

Eduardo estava com azar, ficou paralisado do pescoço para baixo e achou que morreria afogado quando a sorte voltou. Ao chegar à superfície seu corpo virou e ele conseguiu boiar com a cabeça fora da agua. Achou que Marcos, seu companheiro de pesca voltaria do mergulho e lhe ajudaria quando a sorte foi embora novamente. Marcos voltou e viu que a boia (que serve para marcar a posição do mergulhador, informando que ele está submerso) de Eduardo ainda estava lá, mas pensando que o problema era embaixo d água mergulhou incansavelmente em busca do amigo, como não obteve sucesso ligou o barco e voltou para terra firme.

“Minha preocupação não era subir no barco e procurar em volta, era procurar no fundo. Foi o que eu fiz. Quando chegando ao barco e não o encontrei, comecei a mergulhar em volta para ver se achava ele no fundo desmaiado”, contou Marcos Mantovani ao programa Fantástico da Rede Globo.

Eduardo bem que tentou gritar e chamar a atenção, mas sem folego nada pode fazer e viu o amigo se distanciando. Como quatro horas se passaram e ele ainda estava vivo, a sorte deve tê-lo visitado novamente, já que o otimismo estava com ele – ao menos inicialmente.

“Eu falei: ‘Tranquilo, vão me achar daqui a pouquinho". Ficava esperando por barulho de barco, de helicóptero. 

Só que o tempo foi passando e nada. “Não passou nenhum barco, nenhum helicóptero”, lembra Eduardo. Muitos barcos foram mobilizados, mas procuravam bem longe de onde Eduardo realmente estava.
Fora o risco de hipotermia (queda da temperatura do corpo a níveis que levam a morte) e de ser atacado por algum animal, ele temia afundar.

“A água estava no limite da boca. Eu tinha que manter o pulmão cheio, senão afundava um pouquinho. Então, tinha que fazer uma técnica de respiração: eu enchia o pulmão e aguentava uns 15 segundos. Enquanto isso, meu corpo boiava um pouquinho melhor e eu deixava as ondinhas lamberem minha cara. Não atrapalhava minha respiração e ia repetindo esse processo”, explica. 

A maré acabou levando Marcos para a entrada da Baia de Guanabara, rota de navios. Uma esperança de ser visto e salvo, o que seria muita sorte e um risco de ser sugado pelas turbinas, o que ratificaria o “azar danado”.
Já era noite alta, por volta de 23H00, quando um navio de cruzeiro enorme se aproximou, apesar do medo, Eduardo tentou chamar a atenção da sorte como pode, fez até um “chafariz” jogando agua para o alto com a boca. Mas na escuridão do imenso mar o navio passou ao largo, levando a sorte e o azar consigo.
A noite passou, a maré mudou e ao amanhecer Marcos já estava numa praia de Niterói. A pouquíssimos metros da praia de Piratininga Eduardo poderia ter a imensa sorte de se salvar ou o azar abissal de ser virado por uma onda, chegando à praia com a cabeça virada para baixo, então se afogar em qualquer “tantinho d água”.

Por volta das 06H30 da manhã Tiago e Jorge, outros pescadores de fim-de-semana, saiam para pescar, ao pararem para admirar o mar viram o vulto de Eduardo. A sorte e o azar disputavam o destino dele pela derradeira vez nesta epopeia. Enquanto um dizia que era uma belíssima tartaruga o outro teimava que era apenas lixo boiando. A sorte deu uma rasteira definitiva no azar e os pescadores se aproximaram, identificando Eduardo. Ocorre que um não sabia nadar e o outro morria de medo, foi Eduardo – naquela altura achando que tudo era lucro – que com uma calma espantosa explicou como os dois deveriam proceder.

Quando a esposa de Eduardo, Dona Mariana, recebeu o telefonema- havia passado a noite ouvindo que nada pode ou poderia ser feito – quase que caiu dura.

Hoje, passados trinta dias, Eduardo se recupera pacientemente. Já recuperou parte dos movimentos e provavelmente volte a se movimentar normalmente logo, logo. O casal comemora:

“Mesmo se ele não tiver recuperação nenhuma e ficar assim para sempre já está super no lucro, porque ele está de volta, lúcido. Estamos aqui conversando, vamos ficar juntos, vamos tomar vinho juntos, vamos acabar de criar nossa filha. Então, está no lucro total”, afirma Marina Quental.

“Assim que eu puder, vou para dentro da piscina começar a treinar respiração. Se Deus quiser, eu vou voltar a fazer caça submarina melhor do que eu fazia antes. Essa é a minha ideia”, planeja Eduardo.

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