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Juan morreu. Quem se importa? - Corpo de menino morto pela PM é identificado por DNA.

No beco escuro explode a violência
Eu tava preparado
Descobri mil maneiras de dizer o teu nome
Com amor, ódio, urgência
Ou como se não fosse nada

Wesley recebeu um tiro, olhou para traz e percebeu o irmão caído, sangrando. Até tentou voltar para ajudar, mas como recebeu mais disparos não conseguiu ajudar o pequeno Juan, de apenas 11 anos. Juan é um nome pomposo, já envergado por mitos e reis e tem origem em um profeta bíblico, João. 

O corpo do menino foi encontrado, depois de 15 dias desaparecido, perto de um rio na baixada fluminense. Uma perita da policia carioca tentou “sumi-lo” de novo, apressando-se em identificar-lo como sendo uma menina. Como a policia pode acabar duas vezes com uma só pessoa?

Juan e Wesley vinham da casa de um amigo, ao cruzarem um beco entre muros altos foram alvejados pela policia. Na versão da policia, a guarnição atendeu a um chamado feito ao 190 e foram recebidos a bala. A apuração mostrou que a tal ligação ocorreu após os garotos serem baleados e no local só capsulas das armas da policia foram encontradas. 

Wesley e um jovem de 19 anos conseguiram fugir. Juan só foi identificado por exame de DNA.
Não fosse a mídia, dois termos obscuros da policia constariam de mais um boletim de ocorrência. “logrou êxito” e “resistência seguida de morte” são termos usualmente aplicados quando a policia mata. E se isto ocorre indiscriminadamente, crianças viram traficantes e fuga desesperada vira resistência. A única coisa que não é fictícia na história é a palavra morte.

Juan não resistiu, não se sabe até quando Wesley – abrigado por um programa de proteção a testemunhas – resistirá. Os policiais civis e militares envolvidos neste caso foram afastados. Será o suficiente?

Mas nada perturba o meu sono pesado
Nada levanta aquele corpo jogado
Nada atrapalha aquele bar ali na esquina
Aquela fila de cinema
Nada mais me deixa chocado
Nada...

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