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Sob controle de quem cara palida?

Durante os confrontos ocorridos na favela de paraisópolis no Morumbi, bairro nobre da capital paulista, um comandante da policia militar afirmou que tudo estava sob controle, alias como sempre esteve. Pouco tempo depois o mesmo comandante saía na viatura dos bombeiros para ser socorrido por ter sido atingido por um tiro no abdômen. Graças a deus não morreu o infeliz (No sentido de ter sido infeliz em sua colocação), mas o caso é emblemático.
O vandalismo só cessou com a chegada da tropa de choque e a versão paulista do “caveirão”, veiculo blindado que conseguiu chegar até as diversas barricadas montadas no entorno e interior da favela.
Uma senhora, cujo carro era financiado, ficou sem seu carro (alem de pertences pessoais), está viva pelo menos e vivo também está o carnê com mais de 30 prestações do bem depredado sob controle. Foi apenas uma, já que dezenas tiveram prejuízos, como um restaurante saqueado e destruído, tudo sob controle.
Hoje é possível ler em diversas mídias que a policia ocupará a favela com 300 homens para “tentar” garantir o funcionamento das escolas e o secretário de segurança afirmou que a situação é gravíssima.

Para quem não conhece a favela de Paraisópolis, uma das duas maiores de São Paulo, ela conta com mais de 80 mil moradores, tem comercio e vida próprios e fica rodeada de prédios luxuosos e mansões por todos os lados. A convivência geralmente é pacifica e a favela fornece mão de obra barata para as dondocas e os bem sucedidos do entorno. Ninguém reclama da favela quando a negra sobe o morro para ser babá por um salário mínimo ou o nordestino sobe o escadão para trabalhar de pedreiro por menos de um décimo do orçamento mais em conta do escritório de engenharia meia boca do bairro.


A grande maioria dos moradores é de gente honesta e de bem, muitos pagam aluguel apenas para poder ficar próximo do melhor bairro para trabalho informal da capital. Um em cada 7 é analfabeto e menos de 20% concluíram o ensino fundamental.



Como ninguém se importa com o que ocorre no cotidiano da favela (saúde só existe por conta de “benemerência” do hospital Albert Einstein) achando que com moradores com este perfil de servilidade a situação tende a ficar sempre sob controle, o crime acabou achando um prato cheio para se infiltrar, cooptar mão de obra excedente (e barata) e silenciosamente se instalar ali.



Numa operação policial, em revide segundo consta, mataram um bandido fugitivo do sistema carcerário e então puderam perceber a duras penas que a situação na favela de Paraisopolis está realmente sob controle...






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