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Trabalhou a vida inteira para construir o país? Azar o seu que não escolheu jogar bola.


Imagine a seguinte situação: dois irmãos gêmeos nasceram em 1940. Um deles tentou a sorte como jogador de futebol e foi muito bem sucedido, chegando a jogar a copa do mundo de 1958, 62 ou 70. Esbanjou todo o dinheiro que ganhou com mulheres e bebidas e agora vive de favores. O outro irmão, muito trabalhador, viu na construção de Brasília uma chance de vencer na vida e se mandou para o cerrado a fim de ajudar na fundação da nova capital. Fincou raízes por lá, constituiu família e vive hoje como aposentado e contador de histórias. De tempos em tempos quando consegue comprar todos os remédios e driblar as dificuldades impostas pelo baixo contracheque ainda ajuda o irmão que um dia foi famoso.

Caso você pudesse premiar um dos dois, qual deles mereceria sua honraria?

Para o presidente Lula quem merece a bondade do país é o irmão jogador de futebol e tão somente este. O aposentado que trabalhou a vida toda, seja na construção de Brasília ou no que for, nem sequer pode ganhar uns trocados a mais, já que o governo alega não poder conceder mais que 7% de aumento a ele. E olha que para ter direito a receber a merreca do INSS o cidadão precisou trabalhar duro por pelo menos 30 anos construindo a fortuna do país.

Quem jogou futebol até os anos 70 teve no máximo 15 anos de carreira e se chegou à seleção brasileira ganhou mais dinheiro que a média da população brasileira já viu em toda a vida, conheceu outros países e culturas e viveu boa parte da vida como rei. Os campeões das três primeiras copas do mundo conquistadas pelo Brasil tiveram dois destinos: Ou uma vida confortável ligada quase sempre ao futebol mas não somente ou esbanjaram tudo e ficaram na miséria. De pratico para o país propiciaram momentos de diversão e entretenimento e desviaram a atenção das maracutaias e golpes políticos engendrados pelos manda-chuvas da época.



Com tudo isto o presidente abriu mais uma vez o saco de bondades e pretende premiar (usando o dinheiro seu, meu, nosso.) os jogadores de futebol campeões pelo Brasil até a copa de 1970 e seus herdeiros com a bagatela de R$:100 mil como premio e uma pensão mensal vitalícia pelo teto salarial do INSS.

Não é de hoje que mandatários do país se envolvem em fatos controversos e folclóricos ao misturarem política com futebol. Médici convocou jogador, Maluf deu fusquinhas aos campeões, ambos sob muitas criticas. Agora vem Lula para mostrar quem é o maioral quando o assunto é fazer na coisa publica o que se costuma fazer na privada.

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