Como é que -os portugueses pensam que- os brasileiros vêem Portugal
Matéria de diario portugues sobre como os brasileiros olham atualmente para portugal. Se for com os olhos de Lula nesta foto, vêem mais pra lá do que pra cá...
A distância entre Portugal e Brasil é agora mais curta. O Atlântico já só separa portugueses e brasileiros por 12 horas e o intercâmbio entre os dois países é muito maior.
A distância entre Portugal e Brasil é agora mais curta. O Atlântico já só separa portugueses e brasileiros por 12 horas e o intercâmbio entre os dois países é muito maior.
«País irmão» como muitas vezes se tratam mutuamente, resta saber se as únicas diferenças se ficam pelo sotaque.
Brasileiros que vivem em Portugal
Os brasileiros que vivem em Portugal afirmam que a imagem que tinham dos portugueses mudou quando passaram a viver cá. «A imagem que tinha dos portugueses quando estava no Brasil não era das melhores. A imagem era aquela que se vendia no Brasil, Portugal do século passado, do seu Manuel da padaria, um país sem interesse», diz à Agência Lusa a jornalista brasileira Léa Teixeira.
Léa vive há nove anos em Portugal, mas a primeira vez que veio ao país foi em 1994. Revela que «surpresa» foi muito grande, já que não esperava ver um país «moderno, com um povo bonito e cidades maravilhosas».
Aponta um defeito aos portugueses: acha que lhes falta «um orgulho nacional».
Outra jornalista, Moema Silva, que é luso-brasileira e vive há 20 anos em Portugal, diz que sentiu uma mudança nos portugueses no decorrer destes anos, e que somos agora um povo com «um espírito mais aberto».
Para Moema, a imigração brasileira mais recente, que trouxe pessoas com licenciaturas para o país, também muda a sua forma de ver os portugueses quando chega ao país, acrescenta a Lusa. «Eles percebem, aqui, que os portugueses têm algum poder económico, muitos deles sabem que grandes empresários portugueses investem no Brasil, sobretudo na área da hotelaria, do turismo», explica.
Já quanto aos defeitos a apontar aos portugueses, é mais cruel. Acha que são «chatos, antipáticos e rudes», ou não fosse Moema da terra do samba e do Carnaval.
Os brasileiros têm uma imagem «distorcida» em relação aos portugueses, disse à Lusa o ex-presidente mundial do Conselho das Comunidades Portuguesas., Eduardo Neves. «Estamos numa fase em que Portugal e o Brasil estão a reconhecer-se mutuamente».
Nascido no Porto e a viver no Brasil desde os sete anos, Eduardo Neves conhece bem a realidade brasileira. Vive lá há quase 60 anos e até já foi deputado no parlamento português pela emigração.
Longe vão esses tempos e esse tipo de migrantes. «Houve um período que os portugueses passaram a ser alvo de chacota, anedota. Eram pessoas que cometiam gaffes com despropósito e acabavam sendo gozados pelos cariocas e até pelos portugueses com mais instrução», recorda. Hoje, os meios de comunicação passaram a transmitir programas e telenovelas que «acabaram por trazer uma imagem nova reformulando a realidade portuguesa», conta Eduardo.
Portugal é um fruto apetecido pelas empresas brasileiras
Portugal é visto pelas empresas brasileiras como uma porta de entrada na Europa. A oportunidade de entrar no mercado europeu, juntamente com a afinidade cultural e linguística, leva vários grupos a atravessar o Atlântico.
A Companhia Siderúrgica Nacional que, em Dezembro do ano passado, lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a Cimpor , protagonizou um dos mais recentes casos do interesse das empresas brasileiras em Portugal. Apesar de o seu nome ter ficado associado à OPA sobre a Cimpor, a empresa, ligada à siderurgia e à mineração, já está em Portugal desde 2003.
A Embraer - Empresa Brasileira de Aeronáutica, que fabrica aviões comerciais e militares, foi outras das empresas que decidiu apostar em Portugal.O primeiro passo foi dado em 1996, altura em que escolheu a OGMA - Indústria Aeronáutica de Portugal como um centro reparador autorizado para toda Europa.
Em 2008, foi anunciado um novo investimento durante a cimeira da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP): 400 milhões de euros para duas fábricas na cidade de Évora.
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