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João Sperandio - O Rain Man brasileiro e a relatividade da inteligência.

Rain Man, o filme, conta a história de Raymond Babbitt (Dustin Hoffman), um autista que herdou uma fortuna. Seu irmão Charlie Babbitt (Tom Cruise) que não sabia de sua existência e herdou um carro velho e algumas rosas, resolve ir atrás dele e descobre que o irmão autista tem uma incrível habilidade para calcular problemas matemáticos embora não seja capaz de resolver charadas infantis americanas.

João Sperandio Neto, 24 anos, natural de Bragança paulista é uma espécie de Rain Man brasileiro. Seu pai é um empresário que perdeu muito em negociações bancarias e o garoto desenvolveu um certo trauma com as instituições. Jovens normais criariam uma comunidade no facebook ou no orkut, mas a maneira que João encontrou de ir a forra foi simplesmente invadir redes de computadores das instituições, tarefa que ele executa com relativa facilidade. O hacker é acusado de desviar milhões por meio de seu computador pessoal e está preso por supostamente tentar extorquir muito dinheiro dos bancos para não usar a vulnerabilidade dos sistemas e com sua vingança reparar as perdas que o pai teve. Contando assim a figura que vem a cabeça é o de um criminoso habilíssimo ou um nerd que calcula mentalmente até a pressão de suas flatulências.

João não é uma coisa nem outra. O depoimento da família aponta um garoto ingênuo e até mesmo burro, nas palavras do próprio pai. João sequer sabe ver as horas em relógios de ponteiros.

Poderia ser uma jogada de mestre do hacker para se passar por coitado, mas o delegado do caso atesta sua habilidade relativa: Ele [Neto] chama a atenção ao conseguir se infiltrar nesses sistemas bancários. Parece até um gênio, mas é mais perigoso do que gênio. Ao mesmo tempo que consegue se infiltrar nesses sistemas bancários, ele não sabe fazer coisas básicas, como ver as horas, por exemplo". delegado Massilon José Bernardes Filho, divisionário do Deic.

E o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, que atendeu Neto em seu consultório na capital paulista em 2006 corrobora: “Ele sabia programar, mas não sabia ver horas, por exemplo. Essa coisa da inteligência é relativa.”

Como não empregou violência é possível que João não fique tanto tempo atrás das grades e não sabemos como será seu futuro, mas um emprego no banco (coisa que chegou a ser aventada como motivação para os ataques) ou nas divisões de inteligência da policia não devem ser desprezados. Nosso geniozinho criminoso e burro pode também ser esquecido num manicômio pelo resto da vida. Mas a receita americana de aproveitar a inteligência criminosa no combate ao crime ensina que seria desperdiçar tão rara inteligência, ainda que esta seja relativa.

Um comentário

Anônimo disse...

Geniozinho...criminoso e burro?
Nossa francamente, você não entende nada sobre, o que é...a as mais variadas definições do que é a inteligência;.. e principalmente de que quando algo é muito desenvolvido como o caso do João, algo pode ser menos desenvolvido como não poder ver relógio de ponteiros.
João errou, mas falar que o cara é burro!! hahah aí é demais.! Ele só tem que saber como usar a sua inteligência para um bem.