As novas vereadoras de São Paulo - Gato por lebre?
A cidade de São Paulo elegeu uma respeitável bancada feminina, pelo menos em número. suas 11 vereadoras formarão a terceira maior bancada do país. A dúvida é quem vai ter o que comemorar com elas. A mulher moderna e cosmopolita deve ficar com uma pulga atrás da orelha.
Duas das novatas formarão fila com a bancada evangélica e sequer usaram a bandeira de gênero na campanha. Adriana Ramalho do PSDB quer garantir o direito dos idosos e os direitos trabalhistas, tarefas para as quais deveria pleitear um cargo federal, instancia majoritária nas legislações caras a nobre eleita paulistana. Sobre as mulheres quer criar abrigos para acolher as vitimas de violência e mais delegacias da mulher. Criar os abrigos vá lá, mas as delegacias são competências de esfera estranha a atuação da moça. precisaria ser (pelo menos) deputada estadual.
Rute Costa, do PSD e a mais votada entre as mulheres faz a anterior parecer ótima. Ela não quer saber de mulher e muito menos da laicidade do estado. Estará na câmara exclusivamente para defender os "interesses" religiosos de sua igreja. Ambas as senhoras são de famílias com tradição politica e sabem muito bem como funciona o "negocio" das legislaturas públicas, ou seja: Não erraram o discurso por inexperiência, suas plataformas são só isso mesmo.
Se até aqui a coisa não parece boa a próxima da lista consegue deixar a perspectiva pior, trata-se de Samia Bonfim, do Psol, uma menina de 27 anos, esquerdista xiita do tipo que acende vela para São Che Guevara, feminista sunita do tipo que conseguiu um processo criminal de ninguém menos que Alexandre Frota por calunia e difamação (também estou pasmo com isto), ligada a famigerada UNE e sua perspectiva na câmara é sofrer ataques de conservadores, evangélicos (como as duas eleitas supra citadas) e oligarquias, só por ser feminista ferrenha.
A esta altura o eleitor e principalmente a eleitora paulistana deve estar se perguntando se ninguém se salva nesta bancada do batom, bom... sempre temos a boa e velha esperança.
Aline Cardoso, PSDB, é -no mínimo- coerente com as perspectivas femininas e tem um discurso interessante e realista, dentre os quais a prevenção da gravidez precoce e o incentivo ao empreendedorismo feminino e para marcar posição dispara: "O feminismo não é minha bandeira, apenas faz parte da plataforma."
Para terminar temos Janaina Lima, do Partido Novo, moça que veio da periferia, se formou em direito, trabalhou no serviço público estadual e foi protagonista do movimento "Vem pra rua". Se cumprir o discurso terá vida longa na politica. Suas palavras sobre as expectativas do novo posto ao menos mostram sobriedade e conhecimento mínimo esperado:
"exercer o papel fiscalizador que cabe aos vereadores; apresentar projetos nas áreas de primeira infância; e empreendedorismo."
"Como mulher e mãe - e hoje, política, quero que meu mandato seja um instrumento para aumentar a participação e o engajamento das mulheres na sociedade civil e nos espaços de poder."
Com informações do G1, da BBC e da Folha de s. Paulo
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