Rogerio Ceni, o grande.
Sempre falei aqui de Rogerio Ceni como um jogador medíocre mas um ser humano grandioso. Vejo o ex goleiro são-paulino como alguém que daria certo na vida de qualquer jeito, se resolvesse ser um criminoso ou um empresário, igualmente ocuparia a primeira pagina do jornal. Dizem que é egocêntrico ao extremo - e eu tenho esta mesma impressão sem ter a certeza de que isto seja exatamente um defeito. O que é cero é que Ceni desperta paixões por onde passa. Ninguém fica indiferente: ou é amado ou odiado.
Após o retumbante fracasso a frente do tricolor paulista (muito mais por culpa dos dirigentes que dele, diga-se!) o agora treinador foi parar num clube bem menos importante, de uma liga bem menos importante no cenário nacional. Sua chegada na verdade deu ao campeonato cearense uma visibilidade que não alcançava a nível nacional. Envolveu-se la em uma ou duas polemicas, por que senão não seria Rogerio Ceni e vai tocando a vida.
Ser humano grandioso implica aspectos gerais da vida, do lidar com os outros e com as situações. O treinador ficou muito P da vida com um jogador que escorregou duas vezes em jogo importante e gerou contra-ataque do adversário. O jogador recém contratado por indicação do mesmo usava chuteiras inadequadas para campo molhado. Ao dar uma dura daquelas, e ninguém deve digerir muito bem uma dura vinda de Ceni, o menino Wallace, um garoto de 19 anos que saiu de casa aos 12 atrás do sonho da bola, se justificou: é que eu só tenho esta, comprei no cartão da minha tia em três vezes!
Rogerio se comoveu, a bronca acabou e se não fosse Osvaldo (igualmente ex jogador do SPFC) providenciar antes, Rogerio teria doado a chuteira para o menino, a história ganhou os jornais e Wallace uma fama repentina, com a qual nem sabe lidar ainda. Isto ocorre todo dia na grande maioria dos times de futebol profissional país afora, foi preciso um grande, para mostrar a dura realidade.
O garoto Wallace com suas chuteiras escorregadias em foto da Folha de São Paulo |
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