Crimes nas escolas - A falta de funcionarios e o DPME.
Esta semana uma série de crimes preocupantes inundou o noticiário brasileiro. Crimes sempre são preocupantes, mas estes em particular por envolverem o ambiente escolar.
No interior de Minas Gerais um suposto roubo de R$: 19,00 motivou uma batida policial na escola, onde os estudantes foram expostos à humilhação e tratados como bandidos. A diretora do colégio afirmou que permitiu o abuso por não ter conhecimento da legislação pertinente, dando créditos ao policial que afirmou ser este o procedimento legal nestes casos. Uma diretora que não conhece sequer o ECA (Estatuto da Criança e Adolescente) ou mesmo a legislação que resguarda o prédio publico sob sua administração não pode mesmo ser diretora de lugar algum. O tal dinheiro não apareceu e graças a Deus nenhum policial resolveu afirmar para a tal diretora que o procedimento legal nestes casos é assassinar os suspeitos, certamente dar-se-ia uma desgraça ainda pior.
Ainda em Minas Gerais a policia apreendeu menores que expunham em seus celulares um provável abuso sexual contra uma colega de escola. Provável porque a vitima negou-se a identificar seus agressores perante autoridades competentes.
Começando o artigo assim, temos a impressão de que as coisas estão bem ruins para os estudantes mineiros. O governador de São Paulo pelo menos fez um concurso para contratar 11.500 agentes de organização escolar em janeiro de 2.009.
Estamos já quase no final do ano letivo e na zona norte de São Paulo foi registrado um crime sexual numa escola estadual. Crianças de 13 anos tentaram estuprar uma coleguinha nas dependências do colégio e entre as justificativas uma passou em branco pela imprensa estabelecida:
A escola que atende a 1.500 alunos conta com apenas dois agentes de organização escolar por período.
Vão reunir conselho de país e tomar uma medida drástica, provavelmente a exclusão dos agressores dos quadros da escola inclusive. Agentes de organização não são policiais e não tem habilitação para combater crimes, mas contasse a escola com um numero satisfatório de agentes, o ambiente tornar-se-ia mais controlável e uma medida simples poderia ter evitado o escândalo e a medida drástica.
E onde estão os 11.500 agentes concursados no inicio do ano?
Estão esperando a boa vontade do DPME (Departamento de Perícias Medicas do Estado) que inexplicavelmente tratou de encontrar inaptidão em boa parte dos candidatos. Os inaptos foram orientados a refazer os exames e pedir reconsideração. A grande maioria dos que tiveram dinheiro para os novos exames e viagens ao DPME (Os candidatos de todo o estado precisam dirigir-se ao órgão, no bairro do Glicério na capital) e ainda paciência necessária para tratar com a burocracia e o péssimo atendimento, foram considerados aptos na reavaliação, outros tantos entraram na justiça, haja visto não apresentarem problemas de saúde e obviamente garantiram o acesso por liminar.
Tudo resolvido então?
Claro que não! Os laudos aptos nunca ficam prontos e nunca chegam onde devem chegar e os novos aprovados nunca são chamados a tomar posse. Ninguém sabe dar informação correta nas DER (diretorias de ensino), nas escolas ou mesmo na DRHU (Órgão central de recursos humanos) por má vontade ou simples incompetência e quem achou que estava começando bem o ano ao garantir ingresso no serviço publico, se esperou o emprego pode até já ter morrido de fome ou desgosto.
O governo economizou uma belíssima quantia ao não pagar salário aos milhares de servidores por todos estes meses, mas a população está correndo riscos desnecessários ao enviar seus filhos para a escola achando que estão indo aprender alguma coisa quando na verdade podem voltar de lá vitimas ou autores de crimes.
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