Dom Manuel Edmilson da Cruz lembra Jesus e expulsa os mercadores do templo.

O PC do B (Partido Comunista do Brasil) é um partido muito estranho. É uma espécie de comunista que gosta de propriedades privadas e até de religião. Tanto que o senador Inácio Arruda (PC do B-CE) indicou um padre para receber uma comenda no senado federal. 

Todo mundo que conhece a constituição sabe que o Brasil é um país laico. Como tal não deveria misturar assuntos políticos com assuntos religiosos. Todo mundo também sabe que a maioria dos religiosos e dos políticos brasileiros não passa de picaretas de quinta categoria.

Pois, com seu gesto, o senador Arruda conseguiu a maior proeza de sua história, quiçá do parlatório do senado. O Padre em questão, na verdade, bispo, de Limoeiro do Norte (CE), viajou até Brasília, tomou o microfone e disparou: 

“A comenda hoje outorgada não representa a pessoa do cearense maior que foi Dom Helder Câmara. Não representa. Desfigura-a, porém. Sem ressentimentos e agindo por amor e por respeito a todos os senhores e senhoras, pelos quais oro todos os dias, só me resta uma atitude: recusá-la. Ela é um atentado, uma afronta ao povo brasileiro, ao cidadão, à cidadã contribuinte para o bem de todos, com o suor de seu rosto e a dignidade de seu trabalho”

Referia-se primordialmente ao aumento abusivo dos salários que os políticos se autoconcederam, destacando inclusive que a paridade entre o aumento do salario mínimo e a aposentadoria deveria ser respeitada.

O velho celibatário nem precisaria ir a Brasília, bastaria declinar do convite, mas ao se dar ao trabalho de ir até o plenário dizer as” poucas e boas” representou verdadeiramente o povo, lembrou Jesus chicoteando os mercadores do templo.