A polemica auditoria cidadã, Do socialismo do Psol ao plágio da Folha.
Em artigo de hoje na Folha de São Paulo Alexandre Schwartsman tenta desconstruir a polemica "Auditoria Cidadã da dívida (pública brasileira)"; trata-se de uma iniciativa de uma ex auditora da receita patrocinada pelo PSol que aparentemente não sabe fazer contas.
No currículo Maria Lucia Fattorelli ostenta orgulhosa uma auditoria nas contas gregas por encomenda do Syriza, partido politico mais xiita em sua militância esquerdista que o próprio PSol. Dona Maria espalha por aí em parlatórios, mídias digitais e impressas que a rolagem da dívida é um engodo que tira dinheiro do governo e transfere para o mercado, dilapidando o PIB tupiniquim cada vez mais.
Doutor Alexandre é festejado economista e ex diretor do banco central e alega que dona Maria age de má fé em sua cruzada quixotesca da tal auditoria cidadã, porque conta como endividamento ou empobrecimento do estado a rolagem da dívida e para isso usa um exemplo sagaz.
Se duas pessoas pegam um empréstimo de R$:100,00 cada uma por um período de 12 meses e com juros de 10% AA e uma delas não consegue pagar o empréstimo, recorrendo a um segundo empréstimo em outra fonte no valor total da dívida e em condições iguais a operação anterior (R$:110,00), quitando o empréstimo original sem recorrer ao seu patrimônio (vender bens ou tirar de investimentos por exemplo), então esta pessoa não está mais pobre que a pessoa que quitou sua dívida por que está pagando dívida velha com dívida nova.
Existem problemas com a história toda. Dona Maria erra mesmo ao tentar fazer o balanço quando inclui a rolagem da dívida como saída do caixa (como se o governo tivesse tirando do PIB para quitá-la) e pela argumentação que usa, provavelmente erra propositalmente em prol da causa socialista que lhe custeia e patrocina.
Doutor Alexandre, homem atarefado que é, erra também, e duas vezes pelo menos. Vamos desenvolver "sua" tese um pouco mais para melhor ilustrar. Digamos que você tenha um patrimônio de R$:1.000,00 e uma renda anual de R$:100,00, totalmente comprometida, a ponto de você recorrer em ao empréstimo supracitado de R$:100,00 para suprir suas necessidades. Se você rolar a sua divida sucessivamente, ela vai em algum momento comprometer o seu patrimônio. porque a cada rolagem você vai dever o principal mais os juros originais e agregar a isto os juros do novo empréstimo (Por exemplo no exemplo citado, ao final do segundo ano sua dívida será de R$:121,00) e se sua renda não melhorar ou seu custo de vida não diminuir você não vai ter como amortizar o montante sem recorrer ao patrimônio.
Não é dramático como alega dona |Maria mas não é tão simples como alega doutor Alexandre. Ocorre que a tese "ligeiramente" falaciosa não é do doutor, A tese apresentada é de 2014 e o autor é o economista Carlos Góes do site Mercado Popular, que não recebeu os devidos créditos no artigo de hoje. Este segundo erro deve ser por conta da vida atarefada de doutor Alexandre, ou quem sabe, está rolando a dívida da citação autoral com outra divida, conhecida no mercado editorial como plágio.
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