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Merenda Escolar: Cozinheiro da educação é Politica para inglês (e eleitor) ver.


O governo de São Paulo lançou um novo projeto que a primeira vista é fantástico. Contratou a chef de cozinha Janaina Rueda para implementar pessoalmente um novo cardápio nas 5.400 escolas estaduais, no chamado programa Cozinheiro da Educação. São 10 novos pratos com a "etiqueta", que ela vai ensinar em cursos (workshop é mais apropriado) nas diretorias de ensino. Os enlatados vão sair da escola também. serão utilizados somente alimentos frescos.

Quem ler esta noticia lá no japão deve achar simplesmente demais. Quem come a comida não tá assim tão maravilhado. Não se sabe o custo total do "novo projeto", mas algum custo deve ter e provavelmente não é pouco.

Eu trabalhei em uma escola por mais de 2 anos e em uma importante diretoria de ensino por mais 4. Tive oportunidade de acompanhar as mudanças implementadas nas cozinhas escolares e o resultado disto. As cozinhas são terceirizadas, existe uma nutricionista responsável e a escola recebe uma verba para complementar a merenda com pães, frutas. verduras e legumes. Em algumas escolas é um sucesso, na maioria nem tanto e em muitas só é consumida a merenda por quem não tem outra opção. Em quase todas as escolas públicas boa parte da merenda vai pro lixo. É um total desperdicio: Gasta se mantimentos, gás, energia eletrica e mão de obra no preparo de alimento cujo destino é o chiqueiro do seu zé ali adiante ou os aterros sanitários. 

Não é preciso reinventar a roda para resolver o problema. A multiplicação de boas ideias que são aplicadas em pequena escala na própria rede e o engajamento dos responsáveis possibilitam em escala global que se faça mais com menos.

Em primeiro lugar baixar a proibição para que professores e funcionários comam a merenda. Além de ser um número pequenos de pessoas, cujo impacto nos custo é próximo de zero, tem uma obviedade interessante: Se professores e funcionários preferirem comer fora da escola, é preciso melhorar o cardápio.

Depois organizar o cardápio de forma a se eliminar as bizarrices como pão com melancia ou banana com bolacha e almoço antes das 10h00 da manhã.

Na primeira chamada já se pode passar o cardápio aos alunos e levantar quantos tem interesse em se alimentar na escola, isto possibilita otimizar a quantidade de alimento preparado, equilibrando com a demanda (a praxe é fazer merenda suficiente para todos os presentes ou por uma "média").

Controlar ou diminuir as porções servidas, permitindo que os mais "famintos" repitam o prato se for preciso.

Trocar o almoço das 9h00 por um café mais elaborado.

Treinar os funcionários da cozinha para além do sabor, cuidar da aparência dos pratos servidos.

Otimizar a utilização de legumes e verduras (o atacadista Assai tem um manual gratuito destinado a melhor utilização de alimentos na merenda escolar).

Instituir um "controle de qualidade" interno, onde um funcionário (ou mais ou todos em sistema de rodizio) experimentem primeiro o cardápio do dia e avalie formalmente.

Conscientizar os alunos sobre a importância da otimização dos recursos e da gravidade do desperdício num país onde milhões de pessoas não tem o que comer.

Treinar os gestores na administração financeira e sistema de compras, para a melhor aplicação dos recursos (isto é necessário porque os diretores de escola tem formação voltada para docência e quando assumem cargos administrativos aprendem por conta própria e nem sempre apropriada a lidar com a administração propriamente dita. a maioria consegue se sair bem, mas podem se sair melhor com treinamento adequado).

 Com medidas como estas é possível melhorar a qualidade e evitar o desperdício, diminuindo os custos e possibilitando o incremento da merenda. E com certeza ouvindo os diretores surgirão ainda mais medidas importantes e eficientes.

O aluno da escola pública não precisa comer carnard a l'orange para se sentir satisfeito, basta o trivial preparado com respeito e na medida certa. sai melhor e mais barato, mesmo que não render noticia no jornal.

Um comentário

Anônimo disse...

A verba para complementar a merenda, não precisa de treinamento de gestores para aplicação da mesma. Com R$0,20 isso mesmo vinte centavos por aluno/dia de aula, tem que complementar com frutas, ovos, legumes, verduras, temperos, óleo,sal,vinagre e algumas receitas sugeridas ou seja incluídas no cardápio um queijo ralado, leite in natura, QUAL ADMINISTRADOR FINANCEIRO CONSEGUE COMPLEMENTAR A MERENDA PAULISTA? Somente gestores com muita boa vontade consegue completar o mês, muitas vezes negociando a xepa.