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Tenha consciência, negro!

Falar sobre a consciência negra no Brasil é repetitivo por que os envolvidos na questão, quais sejam os bichos mais evoluídos desta terra, as vezes erroneamente chamados de humanos, não mudam nunca, apesar de vez em quando travarem guerras tão importantes quanto fugazes. isto é o que chamam de Status Quo.
imagem de blogpalavrasdiversas.wordpress.com


Na guerra fria do racismo temos as facções brancas e negras. Os brancos que não se importam, os que fingem não haver racismo, os racistas velados e os assumidos e por outro lado os negros que se importam mas não militam, que vivem de "mimimi", que são resignados ou os que sequer se reconhecem como negros só por ter a pele um tom mais claro.

Nos EUA as coisas são mais claras, para o bem e para o mal. Quem tem uma gota de sangue negro nas veias é negro, mesmo que a brancura de sua cútis faça doer os olhos da branca de neve. Isto resolve um bocado de problemas e por vezes cria outros tantos também, mas não é como no Brasil, onde negros preferem se declarar oficialmente como sendo da cor dos pardais (pardo) ou ambiguamente parecidos com os brancos: moreno. Moreno se aplica a branco bronzeado ou negro esbranquiçado.

Um garoto negro contou um caso curioso na tv outro dia. órfão, foi adotado e criado com todo amor por uma família branca. Estuda na prestigiosa e cara ESPM, tamanho o zelo que recebe dos pais. O garoto, por questão de identidade, gosta de curtir "som de preto". Não do tipo escrachado e pornográfico, mas do tipo consciente e socialmente engajado. Quando coloca no aparelho de som, caríssimo como não poderia ter de outra feita, Emicida ou Racionais MC, sua mãe branca ralha com ele: Filho, para de ouvir estas coisas de bandido!

Uma pessoa que adota e toma como filho, na acepção da palavra, um negro renegado pelos pais biológicos  é racista? É! e nem se dá conta disto. Como sabem os americanos, ser negro pan-americano vai muito além da cor da pele. Ser negro implica uma complexa estrutura que remete a ancestralidade, a ruptura da escravidão, a recomposição cultural e social e até a miscigenação - ou não.

Muitos negros africanos que precisam se refugiar vêem o Brasil como um lugar fantástico para o negro viver. Para consumo externo a nossa miscigenação é uma benção divina. Quando chegam aqui se decepcionam e se indignam muito mais que os que escolhem países polarizados ou predominantemente caucasianos. Não conseguem compreender o constrangimento ao frequentar lugares "importantes" e a discriminação comezinha diária incorporada ao dia-a-dia dos pardais e esbranquiçados tupiniquins de uma maneira tão natural que parece não existir ou importar- e doer. o choque de quem nunca precisou guerrear pela cor da pele, já que a sublevação no continente africano costuma ser por quase tudo, exceto a cor, único consenso existente, faz o negro africano enxergar a escravização voluntária a que se submetem os brasileiros que sendo negros repudiam a negritude.

E aí surge o engajamento negro, que também é diferente do americano. Tudo o que o negro americano tem foi conquistado no tapa, desde o direito de sentar no ônibus ao de frequentar escolas brancas e votar. No Brasil tudo o que o negro tem foi benesse maquiadora para fazer o país se parecer mais com os desenvolvidos, desde a libertação as cotas raciais. A falacia do negro engajado começa no argumento de que merece ser beneficiado em tudo porque foi raptado e tirado de sua pátria para servir como escravo em terra estrangeira. Isto é uma grande balela por dois motivos:

O primeiro é que raríssimos brancos tiveram a coragem e o trabalho de se embrenhar na selva africana para capturar negros no laço. Os negros eram escravizados por outros negros e se não fossem vendidos continuavam escravos lá mesmo, pertinho de casa. Ainda hoje negros (como os do Boko Haram) dizimam cidades negras inteiras, saqueando bens e propriedades, escravizando meninos e homens e estuprando e matando cruelmente mulheres e idosos.

A segunda é que não existe uma só nação negra desenvolvida. A desgraça da escravidão foi o preço que o negro pagou para ter acesso ao desenvolvimento social, cultural e econômico. Se duvida disto vá a qualquer centro de refugiados em péssimas condições e pergunte ao negro se ele quer voltar para seu país de origem. 

A luta não é pela cota racial mas pela educação isonômica  de qualidade, não é só pelo emprego é para poder ir trabalhar sem fazer chapinha, não é pelo dinheiro para consumir no shopping apenas mas também para não ser perseguido ou constrangido pelo segurança (muitas vezes igualmente negro), não é para ser bem visto pela policia é para ter tantos direitos e tantas conquistas que a cor da pele, por sí só, não seja uma característica suspeita, não é para ter representatividade obrigatória na politica e na televisão, mas para que não seja preciso leis para conquistar seu espaço onde bem desejar. tenha consciência, negro!

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